
foto retirada do Twitter
Era importante ganhar o jogo. Era muito importante ganhar o jogo. E como era importante, aconteceu que todos os momentos do jogo se tornavam importantes, desde as primeiras fintas às primeiras faltas, a relva e as luvas do guarda-redes, os postes e as bandeirolas de canto. E como o jogo era importante, apareceu o árbitro. Importante. Bom. Genial. Perfeito na assunção de que o jogo era importante para nós, era importante que o conseguíssemos vencer. E como tal, seria importante evitar que o fizéssemos. E tentou, oh se tentou. Tentou tudo, o enorme cabrão. Mas não conseguiu, porque o FC Porto mostrou que está pronto para um 2018 contra tudo e todos, especialmente quando tudo e todos estiverem dentro de campo, contra nós. Vamos a notas:

(+) Brahimi. Pá, vai-te embora. Vai porque não mereces o que te está a acontecer nos últimos tempos. Nao sei se já te disseram, mas está aberta a época de caça ao Brahimi. E eu sei que tu bem tentas fugir dos lenhadores que jogo após jogo te tentam criar novos orifícios nos joelhos ou talvez fazer o milagre da multiplicação dos perónios, mas cais, por vezes cais e cais com força. E levantas-te de novo, pegas na bola e fintas. Dói-te a coxa, o joelho e a alma. Reclamas com o árbitro, bates com a mão no peito e dizes-lhe na cara: “Mas vamos ganhar! Vamos ganhar!”. Homem, uma vénia para ti.
(+) A entrada de Óliver. Não tendo sido um jogador que tenha conseguido influenciar a manobra de jogo da equip…oh pá, foda-se. O homem é melhor que o André, várias ordens de magnitude melhor. Conseguiu não só não perder bolas como também colocá-las decentemente nos sítios que quis. Recuperou alguns lances defensivos e esteve prático na criação de jogo, acalmando a equipa em vez de a enervar, algo que me pareceu que o André estava a fazer. Acima de tudo trouxe mais estabilidade ao meio-campo e espero que volte a jogar. Por favor.
(+) Auto-controlo. Conseguir levar pancada desde o início do jogo, assistindo à forma como o árbitro permitia todo o tipo de lances rijos por parte do Feirense e não marcando as faltas que os jogadores VIAM À FRENTE DOS SEUS OLHOS, resistindo à vontade de espetar sete murros nos dentes do gajo do apito…não é fácil. Não pode ser fácil. Dou um simples exemplo: joguei basket durante alguns anos. Ao fim de meia-dúzia de jogos levei uma falta anti-desportiva porque me virei para um árbitro e insinuei em elevado nível sonoro que lhe iria penetrar metaforicamente a cavidade oral quando ambos colocássemos os pés fora do recinto. Neste jogo, se eu estivesse na relva do estádio do Feirense, tinha sido banido de toda a actividade desportiva para sempre porque era bem possível que tentasse fazer exactamente o que insinuei ao outro, mas sem metáforas. E quem se aguentou firme e estóico merece o meu aplauso.

(-) Arbitragem. Here we go. O que se passou hoje na Feira devia ser analisado por um painel de árbitros que possa olhar para a quantidade absurda de lances que Fábio Veríssimo assinalou erradamente, sem critério ou apenas porque sim, e impedir que este fulano possa arbitrar mais na vida dele. Sim, para sempre. Porque houve ali mão de mestre. Mão de quem quis roubar o FC Porto, mão de quem procurou retirar todas as possibilidades do FC Porto conseguir um resultado positivo na noite de hoje. Foi deliberada a forma como deu um cartão amarelo a Kakuba quando ele deu um pontapé deliberado no joelho de Brahimi; foi deliberada a forma como nao expulsou Tiago Silva com um segundo amarelo merecido e fez exactamente o contrário num lance com Felipe; foi deliberada a forma como não viu um pé acima do tornozelo de Soares e transformou-a num cartão amarelo por simulação; foi deliberada a maneira como não viu (nem consultou video-árbitro) um pontapé em Marcano que seria penalty nítido; foi deliberada a transformação de uma cotovelada em Marcano num cartão amarelo ao mesmo jogador por protestos, para logo a seguir transformar um lançamento lateral num livre frontal contra o FC Porto; foi deliberada a forma como Brahimi foi consistentemente puxado, empurrado, pontapeado e agredido durante a primeira parte, sem que houvesse punição adequada para o adversário; foi deliberado a roubar. Enviei um tweet logo depois do jogo a dizer que nunca tinha visto nada assim. Talvez em Campo Maior. Talvez. Mas este jogo vai para o topo da lista de maiores roubos a que assisti contra o FC Porto.
Posso ter sido um pouco condescendente com alguns jogadores do FC Porto que não estiveram em bom plano (Felipe no golo sofrido, AA e Corona quase todo o tempo que estiveram em campo) mas a arbitragem tirou-me o ar para o resto. Para bem de alguma justiça, fica aqui o disclaimer.



