III Encontro da Bluegosfera – apresentações e portistas pelo Mundo

Amanhã, no III Encontro da Bluegosfera, teremos a habitual secção reservada a apresentações de colegas bloggers sobre um tema que lhes foi proposto. Depois de vários temas que deram origem a várias excelentes conversas nos dois anos anteriores, desta vez propusemos o tema: “O Museu e as lições de 121 anos de história” e convidámos dois blogs que são conhecidos pelo fascínio pela história do clube nas suas diversas vertentes: Os Filhos do Dragão e Basculação.

Sem revelar mais sobre as apresentações em si, já tive oportunidade de passar os olhinhos por elas e vão ser interessantes e abrangentes, sem serem cansativas! Esperam-nos bons momentos de nostalgia e de cultura portista, meus caros!

A segunda parte da manhã será ocupada por um espaço diferente, em que teremos vários portistas ligados remotamente de diversas partes do mundo para partilharem convosco o que é viver o FC Porto longe da cidade que lhe dá o nome, com todos os percalços da diáspora portista colocados em perspectiva perante a vontade de partilhar do dia-a-dia e da vida de um clube que é um enorme pedaço de cada um de nós.

Os ilustres convidados serão, por ordem de participação e entrada “em cena”:

  • José Rodrigues (Wezembeek-Oppem, Bélgica)
  • Nuno Neves (Ponta Delgada, Açores)
  • João Branco (Mindelo, Cabo Verde)
  • António Silva (Toronto, Canadá)
  • Alvarinho Sílvio (Caracas, Venezuela)
  • António Almeida (Overland Park, EUA)

As inscrições ainda estão abertas! O prazo termina hoje! Faz-te ouvir, portista!

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III Encontro da Bluegosfera – mesa redonda

Um dos espaços inovadores no III Encontro da Bluegosfera será o debate em formato a “mesa redonda” sobre o tema – Como vencer os desafios que estão pela frente? – que terá lugar da parte de tarde (em teoria, salvo qualquer atraso de última hora, entre as 15:00 e as 17:00).

Esta sessão irá contar com três comentadores:

  • Armando Leitão | Professor (Universidade do Porto)
  • Bernardino Barros | Jornalista (Porto Canal)
  • João Nuno Coelho | Investigador, autor e editor na área do futebol

O tema é suficientemente aberto para que cada um dos comentadores possa fazer uma exposição inicial dando um cunho pessoal às barreiras que se colocam no futuro próximo e em que medida é que o FC Porto terá as armas necessárias para levar de vencidos esses desafios.

Após as três exposições que no total não deverão ultrapassar os 45 minutos, vamos dar início a um amplo debate, alargado à assistência, onde qualquer um dos participantes na assistência terá oportunidade para comentar, bem como colocar questões dirigidas aos elementos da mesa.

Assim sendo, fica uma breve resumo da vida e carreira dos três convidados para que os possam conhecer um pouco melhor:


Armando Leitão

Nasceu no Porto, em 1958, a 200 metros do Campo da Constituição, filho de portistas.
Estudou no Porto, onde se licenciou em Engenharia Mecânica, no ano de 1982.
Ingressou na carreira Universitária no mesmo ano, tendo feito as pós-graduações em Inglaterra na área da Engenharia Industrial, com
ênfase na Fiabilidade e Estatística.
Tem colaborado com diferentes Instituições de ensino superior em Portugal e no estrangeiro, bem como, desempenhado diferentes cargos na estrutura académica.
Passou por empresas como a British Rail e a TAP.
Como portista (é o sócio Nº 3304) realça os cinco golos mais importantes da sua vida, por ordem cronológica:
1 – Ademir nas Antas (1978) contra os coisinhos. Resultado final 1-1
2 – Futre (1986) contra o Setúbal fora. Resultado final 0-1
3 – Madjer (1987) Viena. O melhor golo de sempre das finais europeias. Resultado final 2-1
4 – Costinha (2004) contra o Manchester United fora. Resultado final 1-1
5 – Kelvin (11/05/2013) contra os clientes do costume. Resultado final 2-1

Como portista e professor universitário, tem ainda no currículo uma entrevista ao JN, em que tentou explicar a diferença entre medir o tempo em horas, em minutos ou em segundos. Há pelo menos seis milhões que não percebem o óbvio…


Bernardino Barros

Nasceu em Vila Real, em 1955.

Em 1975, com 20 anos, iniciou uma colaboração no jornal ‘O Norte Desportivo’ (já extinto), a qual durou até ao final de 1979.
Em 1985 tornou-se colaborador do jornal ‘O Comércio do Porto’, como redator de futebol e basquetebol.
Em 1993 ingressou na rádio TSF como comentador de futebol, mantendo essa colaboração até 2003.
Nos anos de 2002 e 2003 foi colaborador da televisão regional NTV, onde apresentou o programa desportivo NJogadas.
Em 2003 regressou ao ‘O Comércio do Porto’, como editor da secção de desporto, cargo que manteve até ao encerramento desse jornal em Julho de 2005.
De 2004 a 2012 foi colaborador da Rádio Renascença, onde fez comentário desportivo especializado na área do futebol.
Desde 1999 que é presença regular no meio televisivo, tendo colaborado, como comentador desportivo, na RTP, SIC (no Euro 2004 e
Mundial 2006) e Sport TV.
Desde 2006 que é colaborador do Porto Canal.
É coautor do livro “Mui Nobre e Sempre Invicto Clube do Porto 1976-2006 – De 19 anos de jejum ao topo do Mundo, três décadas de glória”, publicado em 2006.


João Nuno Coelho

Nasceu no Porto, em 1969.

Formado em Sociologia pela Universidade de Coimbra, tem vindo a dedicar-se, desde 1993, à investigação sociológica e história na área
do futebol.
Publicou em 2001 a obra “Portugal, a equipa de todos nós: nacionalismo, futebol e os media” (sua tese de mestrado) que lhe valeu
o Prémio Jovem Cientista Social de Língua Portuguesa, da Universidade de Coimbra (1999).
É coautor dos livros “A Paixão do Povo: a história do futebol em Portugal” (2002), “A Nossa Selecção em 50 jogos (2004) e “Noites
Europeias” (2013).
Entre Agosto de 2006 e Agosto de 2011 foi coordenador da Football Ideas, empresa dedicada à análise histórica e estatística do futebol para alguns dos principais meios de comunicação social portugueses. Entre Setembro de 2004 e Dezembro de 2011 foi comentador/colaborador no programa da RTP “Liga dos Últimos”.
Desde Janeiro de 2012 é coordenador da editora ‘Amor à Camisola’.
Desde Novembro de 2012 até hoje é comentador do programa “Sacanas sem Lei” do Canal Q.

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Baías e Baronis 2013/2014 – Os avançados

Se pedirem a dez portistas para mencionar qual seria a composição ideal do ataque do FC Porto 2013/2014, provavelmente receberiam dez respostas diferentes. Jackson, Quaresma (pós-Janeiro) e Varela estariam talvez na maioria das listas mas nenhum deles (nenhum, aposto!) teria um pleno de presenças em todas as putativas linhas ofensivas da equipa. Foram marcados 94 golos, o mesmo número que em 2011/2012 e menos dois golos que no ano passado, e se o facto de raramente termos criado perigo em jogo corrido parece não conseguir explicar a não-diferença nos números, a ineficácia foi um factor determinante na perda de pontos vitais para as conquistas que falhámos.

Foi um ano atípico também pela falta de uniformidade das escolhas de Fonseca+Castro, que pareciam sempre colocar em campo uma táctica que privilegiava o uso de extremos rápidos que poderiam furar as linhas adversárias, para rapidamente percebermos que os extremos em campo não eram rápidos e a maior parte das vezes nem extremos eram. Ricardo e Kelvin, das poucas vezes que jogaram, deram alguma velocidade ao ataque, mas o português leva a melhor sobre o brasileiro, que talvez por ainda se sentir a navegar por cima da tremenda onda de expectativa e aura messiânica conquistada em Maio de 2013, nunca conseguiu uma vida fácil e acabou por jogar um miserável conjunto de 356 minutos nos As (apenas um jogo a titular) e pouco mais nos Bs. Kayembe foi utilizado apenas no final da época, Iturbe fez uma boa pré-época e acabou cedido mais uma vez (para nunca mais voltar), ele que poderia ser um jogador diferente, com velocidade e boa técnica mas que não foi aparentemente considerado vital para Fonseca aquando da separação das águas em plena pré-época.

Licá começou por ser aposta mas a vontade de jogar e o empenho colocado em campo eram diametralmente opostos à capacidade técnica e à adaptação a uma posição que não era a dele e que o rapaz nunca conseguiu esconder as enormes dificuldades que mostrava em todos os jogos que era obrigado a lá jogar. É mais um caso de má avaliação de uma contratação que pareceu interessante de início mas que não se mostrou capaz de assumir a titularidade permanente numa posição em campo para a qual não estava talhado. Josué acabou também por ser utilizado nessa mesma posição, com os mesmos resultados. Do outro lado, Varela passou mais uma época de alguns altos e enormes baixos (exemplos: Baía: “O primeiro golo foi bom (Varela ANTECIPOU-SE ao defesa!!!), mas o segundo é estupendo, com um slalom a aproveitar o espaço que lhe ia sendo dado e qual Messi núbio se aprontou para um remate seco e bem colocado“; Baroni: “Não. Fez. Nada. Mariano González com três litros de vinho e o pé direito amarrado às nádegas tinha feito melhor.“) e valeu-se da experiência para continuar a entrar em campo com a nossa camisola porque, sinceramente, não havia melhores opções no banco ou na bancada.

Quaresma, por seu lado, apareceu mais esforçado que o imbecil molengão que daqui saiu no Verão de 2008, mas continua a ser um jogador bipolar. É verdade que marcou vários golos e deu outros a marcar, mas o estilo “a bola é MINHA” continua a não ter apoio das bancadas a partir do segundo ou terceiro lance desperdiçado pelo egoísmo próprio de alguém que sabe o que fazer com a bola mas raramente percebe que não se podia cingir a isso numa equipa dilacerada pela falta de confiança. E se também é verdade que foi dos poucos que pegou na bola com convicção e tentou fazer algo com ela ao contrário de tantos outros que se limitavam a passar a bola para o lado ou para trás com medo do que poderia acontecer se a perdessem, a verdade mais pura é que Quaresma precisa de uma equipa que o suporte. Nos dois sentidos.

Terminando com os pontas-de-lança, Jackson fez 29 golos nos 51 jogos que disputou, muitos deles deprimentes festivais de desperdício, com lances dignos de entrarem para o Watts da Eurosport pela aparente impossibilidade da falha ser ultrapassada pela expressão de frustração dele próprio e de todos os portistas na bancada e em todas as bancadas do Mundo. Acabou a temporada como melhor marcador do campeonato mas não se livrou de muitas críticas, especialmente por parecer menos empenhado que no ano passado após Falcao se ter lesionado gravemente, o que levou a que muitos adeptos tivessem pensado que se estaria a poupar para o Mundial. A súbita subida de forma de Bacca no Sevilha pode ter ajudado a que Jackson tenha subido de produção (ou tentado, pelo menos), mas apenas os números obtidos justificam uma nota positiva. Ghilas, que tantos adeptos pediram que fosse opção usada mais vezes por Fonseca e Castro, apareceu várias vezes em bom plano mas raramente foi consistente nas exibições. O “homem-dos-cinco-minutos”, como começou a ficar conhecido na bancada, não pôde fazer mais com tão pouco tempo de utilização e a adaptação a uma posição de avançado interior / falso extremo não o ajudou. Gostei do espírito e da luta, mas preferia tê-lo visto mais vezes numa posição mais central.

O quadro-resumo dos avançados fica abaixo:

GHILAS: BAÍA
ITURBE: BARONI
JACKSON: BAÍA
KAYEMBE: BAÍA (pela época no FCP B)
KELVIN: BARONI
LICÁ: BARONI
QUARESMA: BAÍA
RICARDO: BAÍA
VARELA: BAÍA

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Leitura para um Domingo tranquilo

 

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