Mister Paulo,
Os ingleses, pelo menos alguns dos que escrevem nas internetes, chamam a este período “Interlull”. É mais uma daquelas atitudes curiosas e cheia de pequenos duplos-significados que os bifes adoram usar (e fazem-no diariamente nas capas de jornais e nas televisões, tanto que os amaricanos agora fazem o mesmo) e que no fundo quer dizer qualquer coisa como “o intervalo entre jogos a sério que dá sono de tão entediante e não-competitivo”. É assim que me sinto durante estes períodos sem jogos do FC Porto. Seco, frio, infeliz, de ombros caídos, sem alma e sem vida. Mas hoje, felizmente, regressamos à bola, ainda que numa competição que só é grande porque o Benfica ainda não foi eliminado.
Já percebi, pela convocatória, que optas por poupar alguns rapazes que têm jogado mais (perguntou-me um amigo que se diz portista: quem é o Victor Garcia?! Herege, é o que és!). Não te aconselho grandes exageros até porque o FC Porto tem tendência para facilitar a mais nestas tralhas (pergunta ao Jesualdo e ao Fernando Santos o que acontece quando brincam em serviço), mas aprovo que dês minutos a alguns moços que também merecem. Fabiano, Reyes, Ghilas, Carlos Eduardo e talvez Kelvin podiam entrar no onze, mas não mudava mais ninguém. Mantém o meio-campo forte com o Fernando e o Defour, espeta com os laterais do costume e tenta matar o jogo depressa para descansares para terça-feira. Mas não sacrifiques um resultado positivo por uma melhor preparação para um futuro encontro. O que conta é este e não sendo preciso entrar com todos, entra com o suficiente para garantir que não levam todos uma assobiadela no final.
Não vou lá estar em corpo nem devo ver o jogo em directo, mas amanhã voltaremos a falar. O tom da conversa depende de ti.
Sou quem sabes,
Jorge





