Ouve lá ó Mister – Juventude Évora

André, experimentalista!

Esta semana é diferente das outras. Em vez de lisboetas, austríacos ou sadinos, temos alentejanos no Dragão. Já não me lembro de ver esse bom povo a desfilar pelo mais belo relvado da Invicta desde 2001, quando o Campomaiorense cá deu um salto e onde insultei o Laelson com toda a força ainda no Estádio das Antas. Na altura jogavam gajos como o Ovchinikov, o Pena e o folha…ao lado do Drulovic, do Alenichev e do Capucho. Outros tempos, portanto!

E ainda me lembro do outro jogo contra o Juventude de Évora onde o Jardas espetou sete batatas aos rapazes. Não se faz, Mário, a partir de um “poker” um gajo deixa de ter nomes para chamar a essas sequências, pá! Ainda assim, não espero que a história se repita, até porque acho que devias experimentar um bocadinho. Sei que o pessoal está à espera de uma goleada monumental, com golos de todas as formas e feitios, mas este é o jogo ideal para dar minutos aos moços que devem estar a desesperar por eles. James, Ukra, Castro, Kieszek, Walter, Sereno, todos eles precisam de jogar mais. Já sei, já sei, não se pode mudar a equipa toda, mas dá sempre para ver se temos uma segunda linha que aguente a pressão de ganhar sempre, não achas?

É uma competição mais aborrecida, não há dúvida. Os eborenses (oh pra mim armado em letrado) vêm cá para tentar ganhar, não há dúvida. Ainda assim, não lhes fazendo o favor, esquece que vai estar uma boa casa e que o pessoal quer ver golos. Deixa os nossos girinos rabiar, permite que os nossos bolbos desabrochem, incentiva os vitelos a enrijecer os cornos. Podemos todos ganhar com isso!

Sou quem sabes,
Jorge

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James, Castro e Ukra

«São jogadores fundamentais. O Castro e o Ukra têm sido elogiados por mim em privado e em público. Não quero abdicar deles. Quero continuar a tê-los. O plantel é extenso, mas é um número controlável. São 26 jogadores, podiam ser 24, não é grave. O James tem um potencial incrível e pretendo fazê-lo evoluir. Vai ter uma oportunidade já frente ao Juv. Évora», indicou Villas-Boas.

«O James teve uma semana muito positiva e já lhe disse que conto com ele. Esta é uma oportunidade boa, mas não é definitiva. Não será a última, com certeza.»

André Villas-Boas

Tudo boas palavras para três jovens com futuro mas que até agora poucas oportunidades tiveram para mostrar serviço. Fico à espera que Villas-Boas os ponha a jogar mais vezes.

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Focus!!!

Este ano temos assistido a um FC Porto com duas caras. Muito prático e eficaz nos jogos grandes contra equipas fortes e que não se remetem à defesa durante quase todo o tempo de jogo, ao mesmo tempo que é menos criativo e atravessa maiores dificuldades em furar defesas que se fecham em campo, especialmente quando fecham as linhas entre meio-campo e defesa. Parece que a inspiração têm batido contra uma parede de cimento e que o movimento dos nossos elementos mais profícuos se limita a incursões de Hulk ou a cruzamentos da lateral que nem sempre chegam ao sítio certo.

Não partilho da fé comum que a equipa está desmotivada e a navegar em velocidade de cruzeiro desde o jogo contra o Benfica no que diz respeito aos jogos da Liga. O jogo de Viena provou que não estamos adormecidos, bem como a segunda parte contra o Sporting, apesar de contra-balançarem contra as exibições mais descoloridas contra Portimonense, Moreirense e Setúbal. Estes três jogos têm em comum três defesas fechadas, três formações sempre atrás da linha da bola e com fugazes tentativas de contra-ataque que raramente resultaram em perigo. Não quero arranjar desculpas, mas parece que toda a gente se está a esquecer que o jogo contra o Portimonense se seguiu a um jogo extraordinário contra o Benfica, com toda a pressão moral e física que foi libertada do lombo dos nossos homens, e que o jogo contra o Setúbal vem depois de uma vitória excepcional na neve de Viena, num jogo extremamente difícil e cansativa. É natural que haja algum relaxamento pela vantagem obtida, mas é preciso continuar com confiança mas com luta, com inteligência mas com sacrifício. Confio em Villas-Boas para conseguir dar a volta à cabeça dos rapazes e fazê-los regressar já neste sábado a uma boa exibição.

A época 2010/2011 têm sido um conjunto de altos e baixos exibicionais, mas uma coisa nos têm mantido orgulhosos e bem-dispostos: continuamos invictos e a liderar a Liga. E todos os Portistas esperam que continuemos assim durante muitas semanas.

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A vuvuzela do portista

Desde 1992 que sou sócio do FC Porto e nos 18 anos tive o prazer de ostentar o cartão de sócio do meu clube, começando por um papelinho azul e branco plastificado e atravessando as transições da modernidade, continuando a diminuir em tamanho e a crescer em tecnologia, estando hoje em dia no formato de um moderno cartão multibânquico. Nesses 18 anos fui religiosamente às Antas e continuo agora no Dragão, com vários jogos fora pelo meio. Já estive no Bessa a apanhar chuvada de meia-noite, em Aveiro a fugir da polícia, na Luz a tentar não ser apunhalado pelos adeptos da casa e em Espinho a tentar ver o jogo por entre as colunas de cimento. Nas Antas, por entre granito e granizo, bancadas de cimento e cadeiras de plástico, superior e bancada, sol e chuva, tardes e noites, vi jogos perfeitos e jogos horríveis. No Dragão, com a vantagem de fugir das pedradas, sejam elas de que índole forem, aconteceu o mesmo. Só duas coisas se mantiveram imutáveis neste percurso de associado do meu clube do coração: sempre cantei o hino nos jogos em casa e nunca assobiei a equipa.

Hoje em dia, quando vou ao Dragão e ouço um desses auto-vuvuzeladores a ruminarem alto os tradicionais assobios, começo por enervar-me e acabo entristecido. Aquilo que deveria ser uma força que o proverbial 12º jogador transmite aos rapazes de azul-e-branco que lutam pela nossas cores acaba por se transformar numa infeliz manifestação de impaciência e de exigência assoberbada que as mesmas pessoas criticam nos outros clubes e que prejudica a união e força da nossa equipa. Se dependesse de mim, cada gajo que fosse apanhado a assobiar as nossas exibições de uma forma consistente devia ser levado para fora do estádio, os seus privilégios de sócio seriam revogados e uma sonora vergastada seria administrada por um adepto não-assobiador seleccionado aleatoriamente.

Candidato-me para carrasco.

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