Baías e Baronis – FC Porto 5 vs 1 Setúbal

foto retirada do twitter oficial do FC Porto

Entrar a bater. Entrar a marcar. Marcar de novo. Limpar a testa do suor. Marcar novamente. Ufa que está calor e tal. Pum, outro golo. Ah, que coisa estranha, ainda ontem estava a chov…oh pronto, vamos lá outra vez. Pum. Chega? Mais um? Certo, podes ser tu agora, hipsterzuca. Tau. Problem solved, next! Notas abaixo:

(+) Marega. O terceiro golo mostra bem a diferença que se verifica quando Marega não está disponível para jogar numa equipa com o modelo do actual FC Porto. Mostra porque nunca aconteceria, porque se fosse Ricardo tinha caído ao fim de dez metros em luta com o central, se fosse Otávio nem chegava a dez metros, Corona tinha sido arremessado contra um painel publicitário e Soares ganharia em força mas não em velocidade. Marega, numa única jogada, mostrou tudo: força, velocidade, visão de jogo e capacidade técnica para manter a bola controlada e para a endossar com aviso de recepção para Brahimi encostar. Este é o mesmo Marega que por vezes tropeça na bola, cai sozinho e finta a relva. Yup, também não consigo explicar.

(+) Telles. Duas assistências e um excelente golo de livre directo num jogo que até foi relativamente tranquilo e onde os números falam mais alto que a exibição. Mas é e continua a ser um dos melhores laterais esquerdos que já passou pelo FC Porto, por tudo que tem mostrado em campo, pelos cruzamentos, pelos livres, pelas assistências e pelo empenho. Só lhe falta um título.

(+) Sérgio Oliveira. No início do ano, quem diria que este badocha iria ser titular no FC Porto? Muito embora o seja através da infelicidade alheia, a lesão de Danilo veio trazer um Sérgio cheio de moral, garra e esforço, bem acima do que esperaria dele nesta fase da carreira. Esteve mais uma vez em bom nível, com discernimento na saída com a bola, prático a movimentar a bola (às vezes demais, com uma falha que merecia que fosse levado ao poste, em alta velocidade, pelo Marega) e afoito na recuperação defensiva.

(-) Arbitragem. Pressão alta? Recuperação da bola em zona ofensiva? Capacidade de impedir o adversário de começar a construção no seu próprio meio-campo? Sim, sim e oh bébé sim. Tudo características do FC Porto de Sérgio Conceição que seriam colocadas em campo…se o árbitro não marcasse falta em 90% das bolas disputadas nestas circunstâncias e onde nem era preciso o jogador do FC Porto tocar no adversário para se ouvir o apito.


Tudo à Madeira. Não é decisivo mas é muito importante sair da ilha com os três pontos. Temos mais que equipa para isso.

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Baías e Baronis – Sporting 1 vs 0 FC Porto (5-4 em penalties)

Camarada Sérgio,

Não estou enganado. Garanto que não. Este é mesmo um Baías e Baronis mas decidi mudar um pouco o formato habitual e voltar a ter uma conversa contigo, que por mais unilateral que seja acaba sempre por passar alguma coisa. Sei lá, pode ser que algum fulano que trabalha contigo leia isto e te conte aos berros o que é que aquele imbecil badocha anda a escrever sobre ti. Para ti, desculpa. Porque receio que tu não me estejas a ler e podes, com esse desperdício, abdicar de alguns conselhos e/ou ideias geniais que possam ser cuspidas pela minha pena. Soou melhor na minha cabeça, eu sei. Adiante.

O que se passou hoje em Alvalade foi – e acredita em mim quando te digo que eu detesto, mas DETESTO usar esta palavra – uma vergonha. Não foi uma vergonha do género: “adivinhem lá o que trouxe para jantar, filhotes? o quê, papá? uma mamã mais nova que a outra, com melhores mamas e que engole on-demand!”, mas ainda assim, uma vergonha. Tu percebes que perdeste um jogo contra um Sporting que não vale uma ponta de um corno partido, não percebes? Acho que não. Acho mesmo que não. Porque fiquei com a ideia (sabe-se lá onde a fui buscar) que tu, a determinada altura da partida, achaste que os gajos eram melhores que nós. Tenho uma novidade extraordinária para te dar, rapaz: não são. Nunca foram durante o ano e não serão até ao fim da temporada. E não são melhores por culpa de quem? Vá lá, esta é fácil. Por tua culpa, meu maravilhoso e incongruente estupor! Porque tu mostraste jogo após jogo que eras melhor que eles. Porque apesar de algumas dezenas de minutos em que o Sporting, pela sorte do jogo, por uma ou outra circunstância natural durante uma partida de futebol, se superiorizou ao FC Porto, logo foi abafado na próxima vez que nos encontramos. Por isso o que raio te fez pensar, ao final de centenas de minutos, que estes gajos nos metiam medo? E porque é que, pelos quinze sofás manchados de sémen da sala de espera da Dona Maria de Lurdes Rameira, porque raio é que tu foste puxar a equipa para trás neste mesmo jogo depois de teres passado noventa minutos a empurrar a equipa para a frente no passado Domingo na Luz?! Foda-se, Sérgio, explica-me isso, a sério. Os rapazes estavam cansados, nao foi? Pois foi. Então e quando tiraste o Óliver, depois de teres colocado o Sérgio Oliveira em campo, e meteste para lá o Reyes? Percebeste a mensagem que passaste para os gajos em campo? Eu percebi. Eles perceberam. Pior, até o JotaJota percebeu e olha que esse ainda não percebeu que espanhol é outra língua que não a nossa. E antes, quando o Otávio andava a tentar combinações do comando da PS4 para descobrir uma “feature não-documentada” do FIFA, não te lembraste de o mandar chutar?

Au tomate, é para onde me apetece mandar-te hoje, Sérgio, palavra. Porque fizeste tudo ao contrário do que eu queria que tivesses feito. Porque abandonaste a equipa à sorte de um ressalto (que aconteceu), de uma falha (que também aconteceu), de um chouriço (que também tinha de acontecer) em vez de continuares a puxá-la para a frente e de empurrares aquela equipinha de merda para o lugar de onde eles nunca deveriam ter saído. De todo o jogo só se safou o Herrera que parecia ter um pequeno reactor nuclear com sete ou oito varas de plutónio lá enfiadas, ao que o homem correu. Não o levem ao controlo anti-doping ou pelo menos retirem da sala qualquer tipo de contador Geiger senão aquilo vai começar a raspar paredes de tanto barulho.

Espero que tenhas aprendido alguma coisa com este jogo, Sérgio. A sério que espero. Porque se era para perder uma meia-final da Taça, preferia que tivesse sido com o Caldas. Não te tinhas acagaçado, tinhas atacado com tudo o que podias e se falhasses golos, olha que se lixe, ao menos tentaste. E hoje não fizeste isso. Não fizeste nada disso. Fuck.

Sou quem sabes,
Jorge

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Ouve lá ó Mister – Sporting

Camarada Sérgio,

Ufa, meu estupor. U. FA! Limparam a imagem, sim senhor, deram razão aqui ao menino quando disse que o mais importante era pensar que íamos ganhar na Luz e se o teu capitão nos salvou o couro a todos e nos conseguiu dar o campeonato, juro que sou o primeiro a pagar-lhe uma rodada de finos que só acaba quando ele disser! E a ti, sim, caramba. E ao Marega, pronto, mas acaba aí que o Marega tem corpanzil para beber mais do que eu posso pagar. Mas…ainda não acabou e hoje a história é diferente.

Quantos jogos já fizemos contra estes moços? Este é o quinto do ano, certo? Dois para o campeonato, um para a Taça da Liga e um para esta Taça. E perdemos quantos? Exacto, mas esse não é tecnicamente uma derrota porque perdemos em penalties. Ou seja, temos duas vitórias e dois empates. Belo. E qualquer um desses resultados me serve, nem sei se perder por um golo chega se marcarmos fora, mas nem quero pensar nisso. Quero que ganhes o jogo e quero acima de tudo que não comeces a poupar e a rodar jogadores. Se quiseres manter a coisa do guarda-redes suplente jogar nestes jogos, fine with me e siga o Vaná para a baliza, não me esqueço que o Fabiano fez um jogão em Alvalade aqui há uns anos e safou a equipa de perder. Empatámos o jogo e se acontecer o mesmo hoje, vá, menos mal. Mas aponta para a vitória e faz com que o Sporting se foque no campeonato e chegue ao jogo contra o Benfica com toda a garra que faça com que lhes roube pontinhos. Ou “pontinho”, pronto, já me chegava!

Oupa lá com isso que quero ir ao Jamor comer e beber. What? Vai estar calor, vai!

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – Benfica 0 vs 1 FC Porto

foto retirada do zerozero

Estes jogos não se vêem, não se observam, assistem, analisam. Estes jogos não permitem uma opinião racional, baseada em factos e números de cruzamentos, recepções orientadas e remates enquadrados com a baliza. Estes jogos não se vêem. Estes jogos sentem-se. E como tal, qualquer tipo de análise feita por mim nestas alturas peca por ser demasiado emocional, com muito pouca atenção ao detalhe, à minúcia que seria exigida com naturalidade para qualquer outro jogo. Como tal, peço desculpa mas cá vai: O HERRERA É O MELHOR JOGADOR DESTE LADO DO IMPÉRIO GALÁCTICO E SE ELE ME MANDAR VESTIR UMA SAIA DE PALHA E CANTAR KATY PERRY, WELL BABY YOU’RE A FUCKING FIREWORK! Ufa. Vamos a notas:

(+) Herrera. Lutas contra tudo, Hector. Lutas contra moínhos que surgem do solo e te travam o andamento; contra as superiores orelhas que ostentas nas laterais do teu crânio; contra adeptos que não te entendem e acham que devias ser um jogador melhor do que és e estariam dispostos a levar-te ao aeroporto no início da época (olá!)…há duas épocas, pelo menos; contra uma fronha que não te trouxe amigos toda a tua vida; contra uma quase patológica incapacidade de jogar cansado a um nível decente. Entre muitos outros obstáculos que se te vão aparecendo pela frente, que vais ultrapassando com maior ou menor dificuldade. E depois fazes uma destas. Tu, que fizeste aquela borrada num jogo contra estes mesmos rapazes e que sentias, talvez mais que todos os outros, a vontade de limpar a imagem. Tu, que és capitão de uma equipa que já morreu várias vezes e ressuscitou outras tantas, numa espécie de multi-take da Paixão que tem em ti uma figura principal. Tu, meu demente. Tu, que não jogas nada. Tu, que podes ter conquistado o campeonato.

(+) A importância de ter o Marega e não um “Marega”. É muito diferente ter aquele chaimite na frente de ataque e ter qualquer um dos sucedâneos que andámos a tentar adaptar com graus variáveis de sucesso. Porque Marega, por muito que possa ser complicado de perceber, é um jogador único de características únicas e com um impacto também único na equipa. A facilidade com que conseguimos esticar o jogo e assim continuar a cumprir o modelo do treinador depende muito da capacidade física dos jogadores que estão em campo e nenhum consegue oferecer o que Marega oferece. E hoje, no primeiro jogo depois de uma lesão prolongada…não fez um grande jogo mas pareceu fresco, rijo e cheio de vontade. Que continue assim até ao fim!

(+) A segunda parte. A primeira não tinha sido má, mas foi frouxa. Demorámos muito tempo a perceber o que fazer sem a bola e deu-me sempre uma ligeira sensação de contentamento com o empate, como se a equipa estivesse a jogar o que sempre quis mas sem arriscar muito para não colocar em perigo o resultado mas também sem procurar um que fosse melhor. E na segunda parte aparecemos com o mesmo esquema, os mesmos rapazes mas uma atitude mais audaz. Uma pressão mais agressiva, uma posse de bola mais prática, mais incisiva, acima de tudo mais Sérgio Conceição e as suas ideias que têm vindo a ser mostradas desde o início do ano. Acabámos por vencer depois de vários lances em que podíamos ter marcado. Nada mau para um candidato morto.

(-) Demasiada cautela na primeira parte. Como disse acima, a primeira parte não foi má de todo, mas foi lenta, com muitos jogadores a jogarem um pouco mais retraídos do que é habitual. Vi pouco Telles, preocupado com Rafa e Cervi; pouco Herrera, lento a desmarcar e mais lento ainda a tapar as subidas de Pizzi e Zivkovic; pouco Otávio, sem conseguir impedir Fejsa de controlar toda a zona defensiva e incapaz de furar para ajudar Soares, ele também bastante sozinho na frente. O Benfica esteve ligeiramente melhor que nós e Iker segurou bem o empate, felizmente. Acabou por resultar bem mas se o remate de Hector tivesse ido por cima, estaria agora a lamentar os quarenta e cinco minutos de avanço que lhes demos…


Quatro jogos para o final. Três vitórias para o campeonato. Dois jogos em casa. Um objectivo único. Está quase, amigos.

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