Baías e Baronis – PSG vs FC Porto

Foto retirada do Record

Este vai ser um Baías e Baronis um pouco diferente. Como tenho um amigo a viver em Paris que decidiu ir ao jogo, apesar de ser um adepto da Académica pedi-lhe para descrever sucintamente a forma como viveu o jogo como favor especial aqui ao menino, já que habitualmente concordo com as opiniões dele sobre a bola. Vi o jogo na TV e de facto estou de acordo com o que esse arauto da língua lusa em terras francófonas pronuncia acerca da forma como o jogo decorreu. Assim sendo, os comentários dele estão abaixo, devidamente colocados em itálico (porque não há frânquico…nevermind). Ah, o último Baía e o último Baroni são meus, sem estar em itálico e com comentários personalizados. Por isso fica o meu agradecimento, rapaz. E saudades de beber uma bela cervejola contigo. E que para a próxima seja melhor o espectáculo! E aí vai aço:

(+) Ruben Micael. Meteu ordem no jogo.

(+) O meio-campo para trás, sem a bola. Tinha aspecto seguro, pelo menos donde estava sentado.

(+) Álvaro Pereira. Gosto.

(+) Hulk. Atitude, vontade de ganhar, único que sabia o que fazer com a bola do meio-campo para a frente.

(+) Fernando. Continua a ser o elemento mais importante do meio-campo, com Moutinho lento e com poucas ideias e hoje com Guarín numa posição onde poderia ter influência mas não conseguiu. Nota-se perfeitamente quando chega a um lance porque o mais provável é ganhar a bola ao adversário e seguir com ela controlada, segundo as ideias de Villas-Boas. Está melhor de jogo para jogo.

(-) Hulk. Quezilento, resineiro, levou a única assobiadela da tarde por se ter esquecido que estava num amigável.

(-) Miguel Lopes. Carrinho quase sempre desnecessário.

(-) Guarín. Enerva-me.

(-) Equipa toda. Vir em pré-época a Paris com um bom terço do estádio português e ir directo aos balneários sem sequer olhar para as bancadas é feio. Nem o Braga quando cá veio para a UEFA fez isso. Alguém tinha a obrigação de lhes ter explicado que representam mais do que apenas um clube.

(-) Jesualdite. Sei que é pré-época e que as experiências estão a ser feitas. Mas ao ver este jogo não pude deixar de pensar: “Porra, ainda é o Jesualdo no banco?!”. Pois é, “old habits die hard”, dizem os senhores da ilha que parece um L ao espelho, e hoje notou-se isso. Havia pouca movimentação no meio-campo, fraco entendimento nas transições, muito tempo de paragem para retomar posições, exageros óbvios dos laterais nas subidas com os extremos, hesitações permanentes no centro do terreno com Guarín a ocupar espaços de ninguém, Moutinho a não conseguir criar jogo, Rodríguez a não conseguir passar por ninguém, Falcao a falhar as poucas oportunidades que criámos e umas bolas paradas absurdamente mal defendidas. Hulk continua a ser a peça-chave, e quando está em dia mau, tudo corre pior. Não gostei de Guarín, mais uma vez, apesar de achar que pode voltar a ser importante quando fôr preciso defender aquele meio-campo. Uma coisa é certa: sem ritmo e organização não vamos lá, e hoje vi pouco de um e de outro.

Aparentemente o melhor da tarde, segundo o jovem autor das linhas de cima, foi ver o Totti a fazer de conta que aquecia. Um jogo sonolento, com ligeiro ascendente dum Paris de segunda linha, um Porto com ímpeto a mais no meio campo (leia-se, rispidez), e o Hulk a jogar sozinho. Acho que traduz bem o que se viu. Ainda estamos muito verdinhos para competição a sério, apesar de já levarmos 3 semanas de preparação. Como sempre tenho dito, é preciso ter paciência e aguentar o facto de não estarmos ainda a mostrar futebol suficiente para fazer frente a adversários que joguem com ritmo mais alto e acima de tudo com garra e vontade de vencer, que hoje pareceu faltar. Ah, e só mais uma coisinha: se o Villas-Boas colocar o Rodríguez e o Walter do mesmo lado, arriscamo-nos a ter de pagar uma multa por inclinar o terreno de jogo. É muito peso junto! Aposto que a Jennifer Lopez já telefonou ao Walter a dizer: “Olha, e trazeres-me o meu rabo de volta? Isso é que era!”. Vão ter de perder uns quilinhos, vão…

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Cinco!

Diego, fica com este pequeno conselho de um gajo que anda aqui há mais tempo que tu (não muito, mas hoje deu-me para o paternalismo hipócrita):

– Quando numa equipa ou organização há cinco candidatos a um lugar, normalmente o que oferece melhores condições de sucesso é o que o vai ocupar.

Ano passado foste preterido em favor de um português cansado, um argentino louco, outro argentino preguiçoso e pelo Guarín. O Guarín, Diego!

Não chega, rapaz.

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O número de Moutinho

8. É este número que vai envergar nas costas o novo reforço do plantel azul-e-branco. Depois do 28 que usava no Sporting, passa para o FC Porto onde o número 8 ganhou especial preponderância nos últimos anos por ter sido o número usado pelo inquestionável líder e ídolo dos adeptos que dava pelo nome de Lucho González. Talvez já tenham ouvido falar nele. Sim, é esse mesmo!

Dando uma vista de olhos pelos números “8” que no passado vestiram a nossa camisola, temo que Moutinho tenha sapatos bem grandes para calçar:
  • Rabah Madjer (1985/1986 até 1990/1991)
  • Emil Kostadinov (1990/1991 até 1994/1995)
  • Rui Barros (1995/1996 até 1999/2000)
  • Miran Pavlin (2001/2002 até 2002/2003)
  • Nuno Valente (2002/2003 até 2004/2005)
  • Lucho González (2004/2005 até 2008/2009)
  • Diego Valeri (2009/2010)
Alguns ícones do clube, outros nem por isso. É um conjunto interessante: dois talentosos avançados, um pequeno grande goleador, um esloveno lento, o antecessor do Emídio Rafael (que se lixe, comecei a comparar e agora vou até ao fim), um génio argentino e…outro argentino, não tão genial.
Moutinho vai ficar com a camisola de um jogador que não conseguiu vingar no clube e espera-se que faça esquecer o anterior flop que foi Valeri e devolver aquela camisola todo o impacto que teve no passado. Vi muita gente no Domingo a rondar as camisolas do rapaz na Loja Azul do Dragão e pode ser um belo impulsionador de vendas. É o que se quer, começar a amortizar o investimento fora de campo para depois fazer o mesmo lá dentro.
Bem-vindo, João!
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