Baías e Baronis – Rio Ave vs FCP






(foto retirada do MaisFutebol)


Quando saí de casa ontem pelas 20h30, deixei o jogo a gravar para ver quando chegasse. A noite estava excelente, quente e convidativa, e quem tinnha planos extra-futebol decerto não lamentou a opção. Ainda assim, quando regressei ao conforto do lar pus-me a ver o jogo, já sabendo o resultado final. O sacrifício que fiz para aguentar 90 minutos da miséria futebolística que teve lugar ontem em Vila do Conde, meus amigos, foi grande. O FC Porto jogou mais uma vez sem grande discernimento, com empenho mas pouca inteligência, fruto de, creio, alguma desmotivação (incompreensível) e de um jogo extra-agressivo da parte dos jogadores do Rio Ave. Siga para notas:

BAÍAS
(+) Helton. E lá vai o terceiro Baía para Helton, o homem que ontem garantiu pontos para o FC Porto. Digo pontos porque o Rio Ave teve mais que uma oportunidade clara de golo que o brasileiro negou com classe e elasticidade, sempre mantendo a defesa segura e as redes invioláveis. Excelente numa defesa na relva, com uma estirada providencial.
(+) Farías. Entrou e, como de costume, marcou. A produtividade do Ernesto é qualquer coisa que devia ser estudada por teóricos estatísticos, tal é a marca que atinge em termos de rácio golo/minutos de jogo. Continuo com a minha opinião bem vincada: Farías é esforçado mas até pode marcar 8 golos ao Barcelona em Nou Camp…continuo a dizer que não podemos depender dele como avançado principal para o nosso clube e é caro demais para estar ao banco. Ainda assim o golo foi bom e deu muito jeito!
(+) Hulk. Não estando ao nível dos últimos dois jogos, provavelmente pela lesão que sofreu no aquecimento, louvo a capacidade de se manter calmo e não-confrontacional perante as entradas muito duras que ia sofrendo consecutivamente por parte dos jogadores do Rio Ave. Manteve a calma durante o jogo todo, quase que marcava na melhor jogada do encontro depois de se entender bem com Meireles (ou Ruben, lá está uma desvantagem de ver o jogo às quatro da manhã…) e foi de uma forma geral o melhor jogador do meio-campo para a frente.

BARONIS

(-) Laterais do FC Porto. Um jogo para esquecer tanto para Miguel Lopes, de regresso aos Arcos, e para Álvaro Pereira. Estiveram todo o jogo distraídos, com pouca concentração nas tarefas defensivas e pouco eficazes no ataque. Miguel Lopes continua a ser agressivo em demasia quando não tem necessidade de o fazer, e Álvaro podia ter originado dois golos depois de falhas defensivas intoleráveis.

(-) Cobertura do meio-campo defensivo. Mais uma vez conseguimos ver a equipa adversária a subir no terreno como quer sem encontrar problemas da nossa parte. Acho fantástico como é que os jogadores do FCP se “cravam” no terreno, fixando posição em vez de rodar numa cobertura zonal, fazendo pressão quando a bola entra na área que estão a tentar defender. É confrangedor.


(-) Agressividade exagerada. Hulk levou, sem exagero, 4 patadas nos pés, todas elas sem dúvida deliberadamente para acertar no avançado do FC Porto. Não me parece que as entradas fossem totalmente orientadas a lesionar o rapaz, mas que levavam um selo intimidatório do estilo “vê lá se não corres muito senão apanhas com o pitãozinho no ossinho”, lá isso levavam. O árbitro deu alguns amarelos mas houve lá algumas que mereciam um bocadinho mais.


Não há muito mais a dizer sobre este jogo, muito longe de ter sido memorável. Foi fraco demais, mal jogado, com trocas de bola desinteressantes, poucos lances de perigo e, no fundo, safou-se o resultado. São 3 pontos, sempre positivos quando o adversário directo ganhou os mesmos pontos, e a recuperação de Farías pode dar jeito no final da temporada, já que creio que o rapaz terá mais 5 jogos (a correr bem, 6) para mostrar serviço. Quarta-feira apanhamos o Rio Ave de novo, desta vez no Dragão. Cheira-me a poupança…

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Maquiavel azul-e-branco (II)

“Ocorre aqui como no caso do tuberculoso, segundo os médicos: no princípio é fácil a cura e difícil o diagnóstico, mas com o decorrer do tempo, se a enfermidade não foi conhecida nem tratada, torna-se fácil o diagnóstico e difícil a cura.”

Contexto original: O Príncipe, capítulo III

Contexto actual: Renovar contrato com Falcao depois do rapaz liderar a tabela dos melhores marcadores.

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Uma grande diferença

Salvaguardando o conceito que a auto-referência é sempre um exercício de onanismo desnecessário, gostava de lançar o repto ao caro leitor deste blog para visitar o seguinte post: Uma pequena diferença, parte II.

Mais que o próprio (curto) texto e o seu conteúdo, dêem uma vista de olhos pelos comentários. Peço-vos que comentem de vossa justiça, acreditem que vale a pena. E olhem que ainda vão ter algum texto que podem ler, rir, citar, julgar e, espero, comentar.

Cá estarei para ler as vossas opiniões.

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Hitler está vivo e surfa com Élvis no Hawai!

Know your enemy, diz Zach De La Rocha dos Rage Against the Machine, e diz bem. Costumo visitar blogs do FC Porto mas também do Benfica e do Sporting, para saber o que por lá se diz sobre nós, Portistas, até porque creio ser necessário para um blogger estar atento às diversas formas de escrita e de ver o mundo que por aí vão proliferando a cada dia que passa.

Hoje, num passeio não muito entusiasmante pela blogosfera futebolística, recheada de elogios ao Messi e fugazes comparações a Hulk em termos da importância para o clube, antevisões líricas do jogo de Anfield e róis (rol em plural…é assim que se escreve, fui confirmar, carago!) de eventuais treinadores para o Sporting, deparei-me com esta pérola. Um blog que não conhecia e que se chama “Eu só quero o Benfica Campeão“.

Para além do grafismo moderno e das linhas estéticas apreciavelmente espartanas e bem delineadas, juntamente com palavras como “Brazil” ou “concelhos matrimoniais”, o rapaz que o escreve (JJD) teve a presença de espírito habitualmente associada aos lagartos que povoam o deserto do Gobi e colocou no site um video com um programa que habitualmente passa na BenficaTV, que dá pelo nome de 45 minutos, e que aparentemente se dedica a emular uma conversa de café entre três garbosos rapazes, cada qual com as suas manias e trejeitos. O tema deste programa, pelo menos desta edição, era o nosso Antero Henriques, ou como foi considerado ao longo do programa, “esse cavalheiro”.

Das inúmeras expressões geniais que fui ouvindo, eis uma pequena amostra:

  • “lambe-botismo”
  • “it’s a fíne line” (sim, com o “i” acentuado)
  • “corporeite guvernânce”
  • “vamos ouvir a transcrição de mais uma escuta”
  • “o lobby de Coimbra”
  • “qualquer ‘coisa’ está no camarote”
O link para o post com o video está aqui. Vale a pena perderem 45 minutos a ouvir aquela malta. Acreditem que qualquer semelhança com um mundo coerente e de gente normal é pura coincidência.
Não questionando o conteúdo das escutas, que apesar de relativamente bem interpretadas por dois geniais actores vocais, houve algo que neste programa me fez lembrar do Meaning of Life, dos Monty Python.

Assin sendo, aqui fica a minha resposta:

Quem quiser dar lá um salto e escrever qualquer coisa simpática na caixa de comentários, esteja à vontade. Sugiro o seguinte:


Caro JJD,


Conselhos escreve-se com “s”, não com “c”. E Brazil é inglês, rapaz, aqui diz-se Brasil. 
Para além disso, adoro o site, está digno da tua classe e bem compostinho. E os artigos são do melhor! Sai, Lobo Antunes, tens concorrente!


Respeitosamente, 
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