Ouve lá ó Mister – Belenenses

Camarada Sérgio,

Tempo demais sem ver o meu clube, rapaz. É tempo demais de Nunos Luzes, comentários sobre Selecções que ninguém conhece e que apenas reconhecem o país porque foi a resposta a uma obscura pergunta num jogo que tinham no telemóvel há uns meses e na altura até pensavam que “Niger” era uma gralha. Gente estúpida que um dia será chamada para se colocar em fila indiana a caminho do elevador que dá para o inferno. Sim, Bergoglio, existe e é em Lisboa. Mas não te preocupes, a malta lá chegará a seu tempo.

Hoje voltamos a jogar. Hoje voltamos a Lisboa, na primeira de três visitas à capital. E quero ganhá-las. Todas. Todas, ouviste? Quero despachar o Belém depressa (façam lá a cena da homenagem direitinha, já agora) para podermos voltar à liderança e para não sairmos de lá a não ser por desfasamentos temporais. Não há pontos perdidos, não há lamentos pela forma física, não há questões de ordem tecnico-táctica e whateverthefuckica. Quem quer ser campeão lamenta-se depois de segurar o caneco e usa isso contra os adversários. Até lá, stiff upper lip it!

Sou quem sabes,
Jorge

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Na estante da Porta19 – Nº21

 

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De volta ao mundo das camisolas de futebol, uma visão interessante é dada pelo livrete “Picking Up the Threads: The Colours of World Football” que pode ser considerado um livro de bolso para malta que gosta de usar calças muy justas ao pacote. John Chandler leva-nos pelas mini-historietas, umas interessantes, outras nem tanto, que estão por detrás da escolha de tantos formatos e cores de equipamentos por esse mundo fora, mostrando que nem sempre a história de um clube é definida com traços feitos ao longo do tempo. E se há as tradicionais histórias de homenagens às cores ou padrões de uma região ou país, por vezes tudo acontece com uma notável aleatoriedade , como um choque de cores com um clube rival ou pelo tingimento das camisolas originais levaram a que se mudasse a indumentária para um dado jogo. Não está lá o FC Porto, infelizmente. Hereges!!!

Sugestões de locais para compra:

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Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 0 Boavista

foto retirada do zerozero

Meh. É o pior que se pode dizer de um derby, que apesar do festival surreal de VAR na relva, acabou por ser mal jogado e não mostrou um FC Porto capaz de se aguentar das pernas e da cabeça durante muito mais tempo. Ainda bem que temos agora uma pausa porreira para selecções (sim, sou mesmo eu a dizer isto) que apesar de não descansar toda a gente, é capaz de retirar um pouco a pressão com um ou outro amigável a servirem para os rapazes se acalmarem e voltarem em grande. E que falta fazem Soares e Danilo mas especialmente Telles e…*suspiro*…Marega. Notas abaixo:

(+) Ricardo Pereira. Foi o melhor em campo com uma distância que só devia ser medida em unidades astronómicas. Jogou em três posições e em todas elas esteve bem, quer no início a fingir que era um sucedâneo de Marega com metade do peso e a mesma velocidade, como à direita a servir como tampão/seta pelo flanco ou mesmo como lateral direito depois da saída de Maxi. Foi sempre “o” gajo para quem olhava e pensava: “este gajo tem pilhas diferentes dos outros!”.

(+) A canalhada na rodinha. Foi giro, não foi? Ver a miudagem toda a ir ter com os pais, a fazer parte da rodinha como se fossem crescidos, ali com os moços todos ao lado. Fez-me regressar ao passado longínquo (futebolisticamente falando e com o meu referencial de tempo) dos anos 90, onde os miúdos apareciam sempre em campo a correr, fossem ou não filhos dos jogadores, enquanto iam celebrar uma qualquer vitória e pedir as camisolas aos rapazes. Argh, a paternidade está a tolher-me o juízo, caramba…

(-) Dificuldade a sair com a bola. Herrera e Sérgio Oliveira não conseguiram ser o que tinham sido no pré-Paços e foram lentos, trapalhões e incapazes de receber, rodar e impôr algum tipo de movimentação consistente no nosso meio-campo, cedendo à pressão que o Boavista colocou na relva. E a bola acabava quase sempre por passar directamente dos centrais para os avançados, numa espécie de homenagem ao futebol inglês dos anos 70/80, com a diferença que lá na frente, em vez de dois canastrões de invejável composição física, cada um com o seu puxão gravitacional, tínhamos um anão brasileiro e um camaronês que está com uma forma física parecida com a minha. E assim foi quase impossível criar perigo em condições, não fosse o parvinho do guarda-redes do Boavista ter entregue o segundo golo à malta (vêem, meus amigos, como é complicado cuspir para o ar? por vezes cai mesmo na testa…), teríamos muita dificuldade em matar o jogo em lances de futebol corrido.

(-) Otávio. Voltaste à borrada de jogo, não voltaste, moço? Quando Sérgio entra em campo com Ricardo a fazer de Marega, via-se que Otávio estava meio perdido sem conseguir decidir se fica na linha ou apoia ao centro. Resultado? O Boavista subia pelo flanco esquerdo sem que houvesse um mínimo de oposição da nossa parte, por isso toca de mandar para lá o Ricardo e o Otávio para o meio. E…nada. Nada. Nadinha. Zerinhos. Otávio não só esteve ausente do jogo como sempre que a bola lhe chegava aos pés acabava por desaparecer num misto de inépcia e incapacidade de luta e de combate pela bola. Jogo horrível.

(-) Mais uma vez, não se percebe nada do VAR. Não me refiro ao critério, porque se no penalty realmente o rapaz dá dois toques na bola e o árbitro não reparou, é bem aplicado. Mas o vermelho parece-me mais parvo. O árbitro acabou de ver o lance e deu o cartão na hora. Ou seja, teve oportunidade de voltar atrás para verificar o que se passou e depois de rever as imagens acabou por ficar com remorsos do que fez e, lá calha, voltou atrás. E eu nao percebo como é que a jogada que o homem ACABOU DE VER À FRENTE DOS OLHOS pode parecer diferente depois de ver na televisão, por muito que o ângulo seja diferente. Outra coisa é o facto de continuar a não se perceber nada do que se passa em campo. Estão dezenas de milhares de pessoas nas bancadas a tentar inferir as razões pela paragem súbita e assume-se que o VAR está envolvido…mas não se faz ideia do porquê. É algo que tem de ser revisto com urgência para bem do futebol e de quem assiste ao vivo.


Faltou qualquer coisa a este derby. Teve emoções parvas ao pontapé, mas faltou algo para ser um derby em condições. Se não tivessem tirado o vermelho, talvez…

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Ouve lá ó Mister – Boavista

Camarada Sérgio,

Fui a Paços e como deves imaginar não saí de lá muito bem disposto. Foi uma experiência tão agradável como se me tivessem enfiado um atiçador de lareira pelo recto e me fizessem cócegas nas axilas pelo lado de dentro. Ou seja, nada que queira repetir nos próximos tempos. Não a deslocação em si ou a companhia que tive (malta boa, azul e branca das orelhas aos fungos nos pés) mas o resultado e a exibição. Não pode voltar a acontecer e acredito que não voltará.

Hoje a história tem de ser diferente e vai ser diferente. Esta malta é fraquinha porque, como sabem, são uma rotunda. E nós temos uma rotunda que vai sempre ao banco, pelo que consta. Por isso imagina a forma como tratamos as nossas rotundas e vamos proceder a tratar a outra rotunda da mesma maneira, talvez um bocadinho pior, sim? Já sei que o Alex ainda está de perna esticada no sofá e o Soares se calhar também não vai dar. Homem, há Gonçalo. E já há Herrera outra vez (e eu agradado com isto, só para veres como as sortes e as formas de pensar mudam) por isso só te proponho que tenhas calma a criar o onze e que penses em duas coisas: continuas em primeiro e queres continuar em primeiro. Só isso.

Make it happen, son.

Sou quem sabes,
Jorge

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